Por Gabriel Rezende, 20/10/2020 às 16:49 – para Portal Itatiaia
Durante a pandemia de covid-19, os crimes cometidos na Web cresceram. Entre eles, a clonagem do WhatsApp. Conforme dados PSafe, empresa especializada em segurança digital, mais de 473 mil brasileiros foram vítimas do golpe em setembro, crescimento de 25% em relação ao mês anterior. Isso representa mais de 15 mil por dia.
A reportagem conversou com a especialista em segurança digital Gracielle Tores que deu dicas de como evitar a clonagem e como proceder caso seja vítima do golpe.
Como evitar ter o WhatsApp clonado?
As principais precauções para evitar esse tipo de golpe são: nunca compartilhar seu código de confirmação que é enviado por SMS e ativa a autenticação em duas etapas. Desta forma, ainda que o golpista tenha acesso ao seu código de confirmação, não conseguirá habilitar a conta em outro telefone pois lhe será exigido uma segunda senha de seis dígitos que foi definida por você. Não definir a autenticação em duas etapas pode dar ao golpista a oportunidade de fazê-lo ao estar de posse a sua conta, dificultando ainda mais a recuperação da sua conta.
Eu perco meu número se tenho o WhatsApp clonado? Devo trocar de número?
Não. Você não perde seu número. E também não é necessário trocá-lo. Ao recuperar o acesso à sua conta, execute os procedimentos de segurança e não repasse seus códigos a ninguém.
Tive o WhatsApp clonado. O que devo fazer?
A primeira providência a ser feita para evitar os golpes utilizando seu nome é enviar um SMS para todos os seus contatos registrados em sua agenda informando que seu WhatsApp foi clonado, para que elas não aceitem pedidos de dinheiro em seu nome, não repassem informações sobre você como dados pessoais e documentos.
A segunda providência é tentar recuperar sua conta reinstalando o aplicativo. A ser solicitado o código de confirmação que será enviado ao seu número por SMS. Insira-o e habilite imediatamente a autenticação em duas etapas. Isso fará com que o WhatsApp seja desativado no aparelho do golpista. Mas muitas vezes esse procedimento pode não dar certo pois ao tomar controle de sua conta o golpista pode ter habilitado a autenticação em duas etapas e também alterado o endereço de e-mail de recuperação de senha, impossibilitando você de redefinir o código. Se for este o caso, aguarde sete duas para poder acessar sua conta sem o código de confirmação em duas etapas. Mesmo que você não saiba o código de confirmação em duas etapas, a pessoa que estiver usando sua conta será desconectada quando você inserir o código de seis dígitos recebido por SMS.
Ou, ainda, você pode enviar um e-mail para o WhatsApp o quanto antes, por meio do e-mail support@whatsapp.com, solicitando a desativação da sua conta escrevendo a seguinte frase: “Perdido/Roubado: Por favor, desative minha conta”, no corpo do e-mail. Você deve incluir também o seu número de telefone em formato internacional completo. Exemplo: +55 (31) número do seu telefone. A sua conta será suspensa por até 30 dias e você terá esse prazo para reativá-la. Você pode utilizar um chip com o mesmo número de telefone para ativar o WhatsApp. Caso você não o faça nesse período, sua conta será completamente apagada.
Por precaução de que qualquer outro tipo de golpe tenha sido aplicado em seu nome durante a clonagem de seu número, recomendo o registro de um Boletim de Ocorrência na Delegacia mais próxima.
Qual a principal forma de clonagem usada pelos criminosos?
A principal forma que os golpistas utilizam são os anúncios publicados em plataformas de anúncios, redes sociais e demais portais onde a pessoa deixa público seu número. Desta forma, ao ter acesso ao seu número e, caso você não tenha a autenticação em duas etapas ativa, o golpista já terá 50% da sua credencial, bastando apenas obter o código SMS que será enviado para seu número. Para isso, eles aplicam um segundo tipo de golpe chamado engenharia social para obter o código que foi enviado ao seu telefone. Diversos tipos de artimanhas são usadas para se passar por agentes de saúde pública, agentes bancários e até mesmo por funcionários dos próprios portais de anúncios como OLX e demais sites de Marketplace.