Você já parou pra pensar como as redes sociais tem mudado seus relacionamentos? Quando digo relacionamentos me refiro a todos: afetivos, profissionais e familiares. Se você parar alguns minutos para refletir sobre essa pergunta e retroceder alguns anos, mais precisamente uns 8 anos atrás, data em que Facebook e Instagram começaram a se popularizar por aqui você vai perceber como suas relações e seu comportamento nos seus círculos sociais mudaram.
Passamos praticamente o dia todo em basicamente 3 redes sociais: Facebook, Instagram e Whatsapp, que por conveniência (e estratégia) pertencem a mesma pessoa: Mark Zuckerberg! Já lhe ocorreu que uma mesma empresa registra informações sobre seu comportamento online por quase 24h? Somadas as permissões que cada uma dessas redes obtém no seu celular, o Facebook sabe quase absolutamente tudo sobre você: desde as notícias você gosta de ler até a hora que você costuma acordar (e checa as suas mensagens no whatsapp) e a hora que você vai dormir (e dá uma última olhada no feed do seu Instagram). A mineração e análise dessa montanha de dados gerados pela sua interação frenética nas redes, desde a troca de mensagens, áudios, posts de fotos, vídeos, mensagens favoritas, likes, comentários e pesquisas associadas ao seu perfil produz algo tão poderoso como o que a Cambridge Analytica usou em 2018 para direcionar ações de cunho político nos EUA.
E por falar em política, 2020 ano de eleições… você provavelmente deve ter pesquisado sobre seu candidato para as eleições desse ano no Google certo? E ao entrar no Instagram, lá estava um post dele patrocinado bem no meio do seu feed. Coincidência? Claro que não! O Facebook consegue monitorar, além de suas interações dentro da rede social, sua navegação fora dela através de sites e aplicativos parceiros que lhe repassam o seu comportamento online em suas plataformas. Você está sendo literalmente seguido e vigiado 24h por dia sem perceber. Mas por quê? Ou melhor dizendo, para quê? É o que o documentário “O Dilema das Redes” nos mostra. Como nos tornamos doutrinados pelas redes sociais que usam artifícios psicológicos para nos manter o tempo todo dentro das redes. Nos oferecem um serviço aparentemente “gratuito”: use à vontade e jamais será cobrado. Não é pra menos. Você já está pagando por ele e a um preço muito mais alto que se você pagasse pelo serviço. Você está pagando com os seus dados e suas preferências. O documentário relembra a famosa frase do jornalista americano Andrew Lewis: “se você não está pagando pelo produto, é sinal que o produto é você.” Tudo funciona como uma isca pra nos capturar e doutrinar dentro de uma plataforma para nos tornar produtos altamente lucrativos (conhecidos como leads qualificados) oferecidos diariamente a empresas que vendem do sabonete que você usa ao carro que você dirige, disputando sua atenção 24h.
Se o tema despertou sua atenção, venha pra Latinoware 2020 conferir minha palestra “Como as redes sociais estão nos doutrinando” onde faço uma análise do polêmico e revelador documentário o “Dilema das Redes”.